3 de nov. de 2011
Voronja
Deixa quieta a mulher que sofre
ela não se reconhece, não geme
não flui, não cansa, não causa
não teme, não flora, não chora.
Deixa quieta para que esqueça
o quanto amou ao vácuo inútil
do outro e do outro e do outro,
esqueça-se dela, definitivamente.
Ela não vai mais sair da gruta
a vida é bruta e ela é fragil
ela não vai mais querer amor
nem amor, nem amor, nem amor.
foto: MárciaBorlengui - canon analógica
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musa∞1
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12 comentários:
...e se la achar um caminho interno, e se no outro lado da gruta houver uma saída, e se a gruta for a porta, se dentro for quase lá fora...? Deixa quieta a mulher, deixe-nos, as mulheres, quietas, na gruta: nossa casa primeira!
Que beleza de poema!
Beijos,
..ah, e que beleza de imagem e...de blog, que adoro visitar!
VAGO
digo a palavra digo,
digo-a vazia
nua
como um interior
de concha
a falar a voz do mar
Assim
VAGA
vaga no vagar nulo
ditado vazio
e cru
atenta ouvindo
da concha
pegando tua onda!
Mim
CALO
interpretar é peça
de enganos
creio
se acredito
dizer
o caule da escrita
R
Polígrafo, sem nada polir, grafo.
Bjs
F
tanita...
é como tem que ser, deixa-nos quietas em nossas grutas, se vier ''mexer-nos'', ''amar-nos'', ''cuidar-nos'', que venha com toda a saúde, mas que saiba desde sempre, se ''fizer-nos'' sofrer, não venha até a gruta. esquece-nos. não se pode ir até a gruta quando sofremos, ...
eu gosto tanto quando você vem, é tão bom...
um beijo, moça!
francisco,
a concha é a gruta da pérola. mulheres e pérolas tem a natureza muito parecida em intimidade. você acertou, talvez por saber....
teus versos fazem algo aqui, deixam o registro masculino em espaço feminino, é como um carinho aos nossos apelos de sensibilidade e arte. é bom que saibas o quanto és bem vindo entre nós, os teus versos, os teus comentários, o teu amigável cuidado com o nosso trabalho. gosto, muito. gostamos.
a sinceridade de teu polígrafo é incontestável!
CALA
representar é peça
sem danos
creio
você acredita
e cria
em si
a escrita
de caule
e fruto
...
um beijo!
[a chama dupla, o provérbio da carne
que se desfaz, que se refaz,
dentro da sombra do corpo, no corpo
apesar de toda a fragilidade]
um imenso abraço às musas
Leonardo B.
leonardo, meu irmão tão querido,
sempre a lira de tua poesia a deixar um acalanto para nós, as moças.
obrigada, sempre,
imenso e tanto, o mesmo abraço de nosso afeto habitual para você.
...ih
é melhor
mesmo!!...
bj
...ih
é melhor
mesmo!!...
bj
Oh, silêncio com tanto som!!
beijos
gura,
deixa quieta,
deixa quieta...
beijo!
bípede,
é bom ter a tua fala aqui!
obrigada!
beijo.
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