DireitosReservados

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☆poemasEleonoraMarinoDuarte☆edição&arteWalkyriaSuleiman☆

4 de mai. de 2012

Solidão





Somos patéticas paredes
em nossa crua colmeia
na urbana casa murada,

Urubus sobre os telhados
como gárgulas a zelar
a miséria tão humana!

Escondo-me, esconde-te,
encapsulados, empilhados,
filtrados por interfones...

Sobre mim, todo o mundo,
dentro de mim, ninguém.
Fossem de vidro as paredes...

Toco de concreto, tijolos,
só há nudez na argamassa
miolo da minha intimidade,

Não te vejo, não te sei,
nem tu me sabes, sei.
Fadadas almas separadas,

Empoleirados no pombal,
habituados com a cidade,
desabitados do sentimento,

Isolados, desabituamos...
Salva-nos a vidraça
nos instantes da janela.






foto: MarianaTeixeira - Still do curta-metragem "Velar",  de NanaRibeiro

15 comentários:

Tania regina Contreiras disse...

Não te vejo, não te sei,
nem tu me sabes, sei.
Fadadas almas separadas...

Bem assim. E esse meu delírio de que o encontro pode se dar...no voo!
Belo, belos, amo aqui!
Beijos,

Betina Moraes disse...

O encontro pode se dar no voo...

Que coisa mais bonita você disse, Tanita querida!

Nós é que adoramos você!

Um beijo.

Unknown disse...

taí um sentido para a palavra defenestrar: ou múltiplos,



beijo

Eleonora Marino Duarte disse...

Assis,

bom seria atirarmos a solidão existencial janela abaixo!


obrigada pela companhia ideológica!

beijo.

olara, um castelo de sonhos disse...

Eleonora, sem desmerecer a capacidade e criatividade poética, fico imaginando para qual plano a Poetisa se tranporta quando descreve tão perfeito a solidão das almas expostas aos condomínios da terra?
Beijos no coração!

Francisco Coimbra disse...

SOLIDÃO

a solidão
abre janelas
para o vazio
Assim

Publiquei ontem/hoje:

DE DENTRO

os poetas vão escasseando
até um dia deixarem de existir
quando os poemas silenciosos
não se resgatarem nas palavras
a viverem a aventura dos versos

dentro da margem da folha
pendurado no espaço do dizer
o dito hesita a sua existência
procurando ter este êxito

um sorriso mostrando os dentes
a rir da boca para fora de dentro
http://poemadia.blogspot.pt/2012/05/dentro.html

Continuem "por dentro" das imagens, criando-as!
Beijos

Betina Moraes disse...

Bbrian,

muitas vezes senti essa solidão e acho que, de uma forma muito pessimista e ideologicamente falando, sinto-a em mim e em todos os seres humanos que clamam por um mundo mais afetivo, solidário e amoroso.
Eu quero agradecer imensamente a sua presença e leitura, é especial para mim.
Um beijo dos seus, direto ao coração. :)

Betina Moraes disse...

Francisco,

és o poeta das musas. :)
a solidão vista pela tua vista é sublimada pela sua capacidade de ampliar o horizonte e perceber que só a poesia salva!
Belíssimo(s) verso(s)
Um beijo.*. Muito carinhoso para você.

olara, um castelo de sonhos disse...

Betina, penso que é uma solidão nao pessimista e sim a busca por evolução espiritual. Felizes os que estão voltados ao interior próprio, só estes serao capazes de peneirarem os sentimentos para depois doá-los aos semelhantes.
Sinto este momento transformador com muito otimismo.E como diz o Poeta Francisco a poesia é um vasto e lindo caminho.Beijos no coração!

Betina Moraes disse...

Sim, bbrian, muito bem observado o foco da solidão em questão!
:)

☆mnemosine☆ disse...

Tania
seus delírios são sempre doces e positivos, cheios de esperança. Eu adoro isso...adoro

Tbm quero encontrar alguém nesse voo.

☆mnemosine☆ disse...

Sei lá, ando pensando que a condição do ser humano é muito precária..... ando indignada com a criação, quem sabe com o criador também

Betina Moraes disse...

bbrian, dissestes muito bem. Fez-se nas tuas palavras um mapa sobre a solidão.
Um beijo!

Poétesse disse...

Gosto muito da sua escrita... não apenas deste poema onde deixo meu comentário mas do seu blogue inteiro!
Na maior parte das minhas visitas, entro e saio em silêncio mas hoje decidi deixar um GOSTO, o seu talento merece!

Betina Moraes disse...

Que bacana, moça! Muito obrigada! Fiquei com o seu link aqui guardadinho, com calma vou lá te ler! Um beijo.